Esta observação é importante porque a partir daqui podemos também começar a perceber porque é que o universalismo de Deus (Deus quer a salvação de todos) se serve do particularismo da história da salvação de cada um (de Abraão à Igreja). (A preocupação com a salvação dos outros não pode cancelar totalmente este particularismo de Deus).
Caminho de ágape
O amor «sobrenatural» vem, como qualquer amor, dum sim que me é dado.
Mas este sim provém agora dum tu maior que o sim humano. (...)
Como pode a cruz do Senhor chegar da história até mim, de forma a fazer-me experimentar aquilo que Pascal percebeu na sua meditação sobre o Senhor ("Esta gota de sangue verti-a por ti")?
A actualização é possível porque o Senhor vive ainda hoje nos seus santos e porque através do amor proveniente da fé deles o Seu amor nos pode atingir imediatamente.
Com Cristo instaura-se uma troca interna recíproca no grande Eu novo em que a transformação da fé me introduz.
Se este sim do Senhor penetra realmente em mim de modo a gerar de novo a minha alma, então o meu eu fica impregnado d’Ele, conotado pela participação n’Ele. «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Então realiza-se o mistério do Corpo de Cristo, como por exemplo expôs São João de Eudes no seu tratado sobre o Coração de Jesus: «Peço-te que penses que Jesus é a tua verdadeira cabeça e que tu és um dos seus membros. Tudo o que é Seu é teu: espírito, coração, corpo (...) mas tu és para Ele como um membro, pelo que Ele deseja intensamente empregar cada capacidade tua como sendo d’Ele»
Em vez das simpatias e das antipatias pessoais privadas, entrou a simpatia de Cristo, o Seu amar connosco.
Desta simpatia de Cristo a mim participada, que se torna minha na vida de fé, eu posso transmitir uma simpatia, um sim maior que o meu próprio sim, que faz sentir ao outro aquele profundo sim único que dá sentido" a toda a existência humana.
(...) eu posso transmitir para ele o sim de Cristo que me vivifica, como sim meu e pessoal e contudo dele, mesmo e precisamente quando não existe simpatia natural.
Religiosidades que não levam a amar
(...) chega-se a um egoísmo religioso que impede a pessoa em questão de se abrir simplesmente ao olhar de Deus e de desviar a atenção de si para Ele. A pessoa religiosa e piedosa toda ocupada consigo própria não tem tempo para procurar o rosto de Deus e para ouvir o Seu sim libertador e redentor.
A forma oposta, mas contudo afim, é um excessivo desinteresse de si, uma renúncia a si mesmo que se torna a negação de si. A pessoa já não quer admitir o eu, e precisamente desta forma deixa-se dominar por um súbtil egoísmo.
Mas este sim provém agora dum tu maior que o sim humano. (...)
Como pode a cruz do Senhor chegar da história até mim, de forma a fazer-me experimentar aquilo que Pascal percebeu na sua meditação sobre o Senhor ("Esta gota de sangue verti-a por ti")?
A actualização é possível porque o Senhor vive ainda hoje nos seus santos e porque através do amor proveniente da fé deles o Seu amor nos pode atingir imediatamente.
Com Cristo instaura-se uma troca interna recíproca no grande Eu novo em que a transformação da fé me introduz.
Se este sim do Senhor penetra realmente em mim de modo a gerar de novo a minha alma, então o meu eu fica impregnado d’Ele, conotado pela participação n’Ele. «Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim». Então realiza-se o mistério do Corpo de Cristo, como por exemplo expôs São João de Eudes no seu tratado sobre o Coração de Jesus: «Peço-te que penses que Jesus é a tua verdadeira cabeça e que tu és um dos seus membros. Tudo o que é Seu é teu: espírito, coração, corpo (...) mas tu és para Ele como um membro, pelo que Ele deseja intensamente empregar cada capacidade tua como sendo d’Ele»
Em vez das simpatias e das antipatias pessoais privadas, entrou a simpatia de Cristo, o Seu amar connosco.
Desta simpatia de Cristo a mim participada, que se torna minha na vida de fé, eu posso transmitir uma simpatia, um sim maior que o meu próprio sim, que faz sentir ao outro aquele profundo sim único que dá sentido" a toda a existência humana.
(...) eu posso transmitir para ele o sim de Cristo que me vivifica, como sim meu e pessoal e contudo dele, mesmo e precisamente quando não existe simpatia natural.
Religiosidades que não levam a amar
(...) chega-se a um egoísmo religioso que impede a pessoa em questão de se abrir simplesmente ao olhar de Deus e de desviar a atenção de si para Ele. A pessoa religiosa e piedosa toda ocupada consigo própria não tem tempo para procurar o rosto de Deus e para ouvir o Seu sim libertador e redentor.
A forma oposta, mas contudo afim, é um excessivo desinteresse de si, uma renúncia a si mesmo que se torna a negação de si. A pessoa já não quer admitir o eu, e precisamente desta forma deixa-se dominar por um súbtil egoísmo.
Um eu reprimido e destruído não pode amar.
Porquê viver na Igreja
Em cada encontro com o amor dos «santos», daqueles que realmente crêem e amam, eu encontro sempre mais que este determinado homem, eu encontro o Novo que somente por meio do d’Ele, podia formar-se neles.
(...) "Quanto mais tiver a coragem de assim me perder a mim mesmo, mais experimento que precisamente assim me encontro."
Adaptado de "Olhar para Cristo - Exercícios dé fé, esperança e caridade", J.Ratzinger
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